Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, cerca de 7 mil veículos deixaram de ser produzidos no período.
Os trabalhadores cobram das empresas 10 por cento de reajuste salarial, a ser concedido ainda neste mês. Além disso, a categoria exige abono de 2 mil reais, também em setembro.
Segundo o sindicato, na Volkswagen deixaram de ser produzidos 3.920 automóveis. A média diária de produção da montadora na região é de 840 carros (modelos Fox, Crossfox e Golf). Já a Renault, que tem média diária de 780 veículos, deixou de montar 3.120 veículos.
A perda de produção ocorre enquanto as montadoras aceleram a produção, com a expectativa de aumento de vendas provocada pela previsão de fim do desconto integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no final do mês. Os prejuízos podem crescer, uma vez que uma próxima assembleia de trabalhadores para discutir a greve está marcada para ocorrer apenas na próxima segunda-feira.
Segundo o sindicato, as montadoras não apresentaram nova proposta para o reajuste. "Se uma negociação ocorrer antes disso e a proposta enfim aparecer, a assembleia de segunda-feira pode ser antecipada. Até o momento, não há nenhuma reunião agendada com a Volks ou Renault", informa a entidade em comunicado.
Representantes das montadoras não puderam ser imediatamente contatados para comentar o assunto.
SÃO PAULO
Em São Paulo, metalúrgicos de Taubaté, São José dos Campos e da região do ABC, que reúnem fábricas da Volkswagen, Ford e General Motors, começam a reforçar a campanha salarial. Em Taubaté, a produção da Volkswagen e da Ford foi paralisada na sexta-feira e na terça-feira, em protestos contra falta de negociação dos patrões. O movimento envolveu 7,2 mil trabalhadores.
Na região do ABC, metalúrgicos de montadoras vão cruzar os braços para assembleias na quinta-feira e, em São José dos Campos, os trabalhadores vão realizar reunião no sábado.
"Os metalúrgicos estão trabalhando muito e recebendo pouco. Se não houver acordo, vai haver paralisação", afirmou em comunicado o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Vivaldo Moreira Araújo.
No ABC, a categoria não revela percentual de reajuste real negociado com as montadoras. Já em São José dos Campos, a pauta inclui 14,65 por cento de reajuste salarial (que inclui 8,53 por cento de aumento real), estabilidade no emprego por pelo menos dois anos e redução da jornada semanal para 36 horas.
FIAT
Em Minas Gerais, onde a Fiat, maior montadora do país em vendas, tem um grande complexo industrial em Betim, duas rodadas de negociação já foram realizadas e uma próxima está marcada para o dia 16. A categoria, que reúne cerca de 200 mil metalúrgicos e tem data-base em 1o de outubro, tem pauta unificada de reivindicação junto à federação das indústrias do Estado, reunindo além de montadoras, autopeças e siderurgia.
A exigência é de reposição da inflação, aumento real de 10 por cento, abono de 1 salário e redução da jornada de 44 para 40 horas semanais.
"A maior tragédia da crise foi entre outubro e março, em que perdemos mais de 6 mil trabalhadores com mais de 1 ano de casa", afirmou o presidente do sindicato de metalúrgicos de Betim, Marcelino da Rocha.
Ele acrescentou que 65 a 80 por cento dos metalúrgicos do Estado são ligados ao setor automotivo. "A retomada da produção (nos meses seguintes) não acompanhou uma recontratação, o que coloca uma sobrecarga sobre os trabalhadores", afirmou.
Retirado de UOL Economia
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