Este realmente é o melhor Gol que você já viu. Mas é suficiente? |
O líder dos líderes
Talvez, este seja o líder mais importante e mais famoso dentre todos os outros. Tudo por que o Volkswagen Gol é um carro lendário, quer você goste ou não. Ele é um sucesso inegável de vendas e falar do mercado brasileiro de automóveis sem ele é quase impossível. Vale lembrar que o Gol não é 'apenas' o hatch de entrada mais emplacado, mas sim o líder dos líderes, já que, por sua faixa de preço, também é o automóvel mais vendido do Brasil.
Mas por quê? Responder essa pergunta é quase o mesmo que
analisar a fama de robusto do Gol, já que o modelo, lançado em 1980, só chegou
perto do topo três anos depois. Isso aconteceu, primeiro, porque o Gol era um
carro que, apesar de moderno para sua época, possuía um motor 1300
relativamente fraco. Já no caso da robustez, fama que é grande aliada até hoje
na hora dos vendedores fecharem a compra, o rally é o responsável.
Quais os melhores Gol para você? A minha lista fica assim: G5, G3, G1, G2 e G4. Deixe a sua nos comentários! |
O Gol surgiu no Brasil para aposentar o Fusca, isso todo
mundo deve saber, enquanto na Europa, a função foi destinada ao Polo e ao Golf.
Apesar dessa diferenciação, o Gol utilizava estrutura semelhante à deles,
porém, aprimorada para poder rodar na estrutura precária de nosso país. Ela foi
considerada tão forte pelos engenheiros da marca que, na hora de participar de
campeonatos de rally de velocidade (em 1984), os mesmos alegaram que não era
preciso fazer alterações na estrutura e na suspensão do carro, que foram consideradas
fortes o suficiente. E isso realmente se confirmou, em 1985, durante o Rally
del Lago, no Uruguai.
Pronto, a fama de robustez estava feita. Alia-se à ela a boa
imagem que a Volkswagen tinha (e tem), de confiabilidade, assim como o alto
número de concessionárias (também naquela época e em hoje em dia). Estes três
fatores contribuíram para que, em 1983, o Gol pudesse assumir a segunda posição
de nosso mercado, atrás apenas do Chevrolet Chevette; e mais tarde, em 1987, o
modelo enfim se tornava líder em vendas. Quem diria que, até hoje (2012), 27
anos depois, o Gol continuaria exatamente na mesma posição.
Veja mais: Volkswagen arma Gol para a chegada do Hyundai HB20
E, em todos estes anos, o Gol tem um desempenho sólido: nos
últimos cinco, as vendas do hatch já cresceram, caíram um pouco e se
estabilizaram novamente (veja abaixo). É claro que surgiram algumas ameaças, praticamente
todas -- não por acaso -- da Fiat: Tipo, Chevrolet Corsa, Palio e, mais
recentemente, a dupla Novo Uno e Novo Palio. Agora, a maior preocupação do Gol
são os novatos de marcas prestigiadas que acabaram de chegar, assim como a variedade presente no seguimento e a volta
da Chevrolet. A previsão é que o modelo campeão da Volkswagen feche
2012 com cerca de 290 mil unidades de janeiro a dezembro.
Méritos
O Gol merecia estar no lugar que hoje ocupa? Depende da época em que estamos falando. A Volkswagen apostou num modelo diferente do vendido para a Europa mas, na época do lançamento do Gol, isso era comum. E, além disso, o Gol foi exportado para outros países da América, chegando até aos EUA. Então, sim, no começo dessa história toda, o Gol é 100% merecedor da liderança, já que se tratava de um carro moderno, forte e dentro dos padrões necessitados pelos brasileiros. A verdadeira robustez e confiança da marca também ajudam no mérito.
Foi aqui que o Gol voltou a ser merecedor de sua posição. Mas ela está ameaçada hoje em dia. (Volkswagen/Divulgação) |
Porém, com o passar dos anos, o Gol o foi perdendo.
Principalmente a partir da chegada do Chevrolet Corsa, em 1994, que se
mostrou um modelo tão competitivo quanto o da Volkswagen, com um projeto também
moderno e design mais atraente, além de ser uma marca igualmente confiável. O
Palio, em sua primeira geração, lançada em 1996, também se mostrou concorrente
à altura, trazendo equipamentos como airbag, uma inovação no seguimento. O Gol ainda continuou líder no acumulado de forma justa, mas agora, outros modelos também mereciam o título mais cobiçado do Brasil.
O modelo desandou de vez em sua quarta “geração” (que, na verdade, era apenas uma reestilização da segunda, apelidada de "bolinha" e lançada em 1994), com acabamento empobrecido e grande defasagem. O motor em forma longitudinal, uma inovação na época do lançamento, passou a ser um símbolo de como o Gol estava ultrapassado. A geração foi tão criticada que durou apenas dois anos (2006-2008), apesar de ser mantida até hoje como versão de entrada da linha Gol. Não foi à toa que o Palio chegou a assumir, em alguns meses, a liderança. Nessa época, porém, o Gol não tinha adversários muito competitivos, a não ser pelo modelo da Fiat mesmo, que vivia seu melhor momento, com a adorada terceira "geração".
De 2008 para frente, a vida do Gol mudou. A sua terceira geração (chamada de G5) foi lançada e ele se tornou imbatível, principalmente tendo em vista que o Palio passava pela sua geração mais fracassada. Ele foi o primeiro Gol completo em termos de mérito: a engenharia/mecânica era aquela típica da Volkswagen, focada na perfeição e robustez; e o design era realmente bonito. Rapidamente, o Gol voltou a merecer com 100% de certeza o título de líder do mercado brasileiro. O público logo o recompensou: em 2009, o modelo atingiu seu recorde em vendas, com 303 mil emplacamentos.
Este ano, porém, a briga se intensificou, e o Gol ganhou grandes rivais: além da nova geração do Palio (e da já citada dupla que ele faz com o Uno), a Chevrolet está de volta, com o Onix, daquele mesmo jeito que ela já ameaçou com o Corsa; e ainda temos a Hyundai, com o HB20 e a Toyota com Etios. O maior perigo do Gol não é apenas um deles, mas sim a soma de todos que, a partir do ano que vem, pode fazer certo estrago nas vendas do alemão.
Tá certo que, toda vez que uma ameaça surge, todo mundo diz "agora já era para o Gol", mas ele continua firme e forte. Mesmo assim, a Volks decidiu lançar "o melhor Gol" que nós já vimos (e ela não gosta que o chamemos de G6). E olha, ela acertou novamente. Um mini Novo Polo europeu era o que ela precisava para ficar à altura do HB20, ou quase chegar lá. Mas é suficiente? A verdade é que, provavelmente, o Gol ainda vai continuar na liderança. Ele pode não ser 100% merecedor dela mais, mas a briga está tão "justa" para quase todos os concorrentes, o que inclui ele, que isso não se torna algo ruim.
Então, resumindo: o Gol é um modelo que foi bem inovador no seu lançamento, mas passou a ser sucesso por sua robustez. Se tornou invencível ao longo dos anos, apesar de não merecer em alguns deles. Hoje em dia, é um dos que merecem estar na liderança, que tem vários candidatos ao título e, quase todos eles, são merecedores. É por isso que o Gol deve continuar sendo o Gol, mesmo que sua força diminua.
O modelo desandou de vez em sua quarta “geração” (que, na verdade, era apenas uma reestilização da segunda, apelidada de "bolinha" e lançada em 1994), com acabamento empobrecido e grande defasagem. O motor em forma longitudinal, uma inovação na época do lançamento, passou a ser um símbolo de como o Gol estava ultrapassado. A geração foi tão criticada que durou apenas dois anos (2006-2008), apesar de ser mantida até hoje como versão de entrada da linha Gol. Não foi à toa que o Palio chegou a assumir, em alguns meses, a liderança. Nessa época, porém, o Gol não tinha adversários muito competitivos, a não ser pelo modelo da Fiat mesmo, que vivia seu melhor momento, com a adorada terceira "geração".
Por enquanto, o Gol G5 é o mais bem-sucedido da família. (Volkswagen/Divulgação) |
E agora?
De 2008 para frente, a vida do Gol mudou. A sua terceira geração (chamada de G5) foi lançada e ele se tornou imbatível, principalmente tendo em vista que o Palio passava pela sua geração mais fracassada. Ele foi o primeiro Gol completo em termos de mérito: a engenharia/mecânica era aquela típica da Volkswagen, focada na perfeição e robustez; e o design era realmente bonito. Rapidamente, o Gol voltou a merecer com 100% de certeza o título de líder do mercado brasileiro. O público logo o recompensou: em 2009, o modelo atingiu seu recorde em vendas, com 303 mil emplacamentos.
Este ano, porém, a briga se intensificou, e o Gol ganhou grandes rivais: além da nova geração do Palio (e da já citada dupla que ele faz com o Uno), a Chevrolet está de volta, com o Onix, daquele mesmo jeito que ela já ameaçou com o Corsa; e ainda temos a Hyundai, com o HB20 e a Toyota com Etios. O maior perigo do Gol não é apenas um deles, mas sim a soma de todos que, a partir do ano que vem, pode fazer certo estrago nas vendas do alemão.
Se o Gol continuar o líder, pode não ser o mais merecedor de todos, mas também não é o menos; ainda será justo. E, vamos combinar, já teve algum Gol mais bonito que esse? (Volkswagen/Divulgação) |
Tá certo que, toda vez que uma ameaça surge, todo mundo diz "agora já era para o Gol", mas ele continua firme e forte. Mesmo assim, a Volks decidiu lançar "o melhor Gol" que nós já vimos (e ela não gosta que o chamemos de G6). E olha, ela acertou novamente. Um mini Novo Polo europeu era o que ela precisava para ficar à altura do HB20, ou quase chegar lá. Mas é suficiente? A verdade é que, provavelmente, o Gol ainda vai continuar na liderança. Ele pode não ser 100% merecedor dela mais, mas a briga está tão "justa" para quase todos os concorrentes, o que inclui ele, que isso não se torna algo ruim.
Veja como ficou o Novo Gol 2P na cobertura do Salão!
Então, resumindo: o Gol é um modelo que foi bem inovador no seu lançamento, mas passou a ser sucesso por sua robustez. Se tornou invencível ao longo dos anos, apesar de não merecer em alguns deles. Hoje em dia, é um dos que merecem estar na liderança, que tem vários candidatos ao título e, quase todos eles, são merecedores. É por isso que o Gol deve continuar sendo o Gol, mesmo que sua força diminua.
[Fontes: Folha de S. Paulo, Wikipédia, Auto Diário - I e II, Fenabrave, Volkswagen/Divulgação, Chevrolet/Divulgação, Fiat/Divulgação e Hyundai/Divulgação]
Nenhum comentário:
Postar um comentário