Design muito parecido é polêmico na VW: Novo Santana, Passat americano, Touareg, Tiguan, Phaeton, Polo e Gol são muito parecidos. (VW/Divulgação, colagem por FVC) |
O assunto desta semana no mundo automotivo foi o diretor de design da Volkswagen, Klaus Bischoff, dizer que, basicamente, deixar todos os modelos da marca iguais foi um erro. Pela quantidade de críticas que a marca vinha recebendo, ele não disse mais do que o óbvio. Porém, o estranho é a pessoa responsável pelo design dizer isso, afinal, se tem alguém dentro da empresa que pode mudar isso, é ele. Está certo que mudanças foram prometidas, mas elas só chegarão em 2015, com a nova geração do sedã Phaeton, que nem é vendido em todos os países.
A atual identidade da marca alemã foi inaugurada, na Europa, com o a nova geração do Polo, em 2009 (e chegou ao Brasil no mesmo ano, com a reestilização do Fox). Ela consiste em linhas simples e retas, para serem atemporais e não desvalorizarem o modelo. A grade dianteira também é simples e semelhante em todos os veículos, com barra (s) cromadas ou não e o logo no meio. Na traseira, a inspiração vem da Audi, principalmente para seus sedans, com lanternas afiladas e luzes de formato irregular (este último, presente em todos os seguimentos).
Nova geração do Polo, de 2009, agradou. Mas coitado daqueles que pagaram mais por um Passat e têm o mesmo visual de um carro de entrada europeu. (Volkswagen/Divulgação) |
Em fevereiro de 2011, o FVC ficou surpreso pela semelhança do Novo Touareg com o o Tiguan. As fotos do modelo menor haviam sido vazadas e mostram claramente que ambos poderiam ser confundidos, o que é interessante para imagem do Tiguan, mas prejudica o Touareg, por ser um carro mais caro e sofisticado, de um segmento superior. Nem preciso explicar isso, o próprio Bischoff, em sua declaração à Auto Express, diz:
"Veículos mais luxuosos devem influenciar o visual de carros mais em conta, e não o contrário”O problema será corrigido através de diferenciações para cada seguimento dentro da marca, que deixarão os automóveis mais "legais", sem perder em dirigibilidade e confiança típicas da marca:
"Haverá um estilo para sedans, outro para SUVs, um diferente para veículos de passageiros e outro para hatches”A verdade é que o problema dessa filosofia de design não é o family-feeling -- a cara parecida -- em si, mas sim a quantidade disso. Você deve achar os carros da Kia bem bonitos, não? Pois saiba que eles têm um family-feeling até que bem grande, porém, Peter Schreyer (ex-Audi, aliás) disse algo que faz todo sentido: os carros precisam ter uma identidade dentro de uma fabricante, mas cada modelo precisa ter a sua dose de ousadia, de particularidade. O family-feeling é excelente, e diria até que é necessário, só é preciso dosá-lo e você terá modelos ganhando prêmios de design, como o novo Kia Cee'd.
Novo Golf, modelo mais recente, está dentro dos padrões da marca, mas já se mostra um pouco mais diferenciado. (Volkswagen/Divulgação) |
Outra que se diz "arrependida" é a Audi, que já anunciou: cada uma de suas linhas, A, R e Q, terá design próprio a partir do lançamento do Q2, novo integrante da família de SUVs, que deve ser cada vez mais ampliada, em questões de tamanho e versões esportivas.
Só gostaria de saber o que Walter de Silva, chefe de design da Volkswagen (vindo da Alfa Romeo), achou de todas estas declarações de seu diretor. E, afinal, com essa história toda, o debate foi levantado: para você, o family-feeling é importante, bom ou ruim?
[Auto Express, Car And Driver BR, Carsale, Quatro Rodas]
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