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| Strada: líder com folga de dar inveja ao Gol. (Fiat/Divulgação) |
Chegamos ao último post da série sobre os líderes. É hora de falar de picapes e, mais precisamente, da Fiat Strada. O modelo é um verdadeiro Gol de seu segmento, e eu diria que é até mais inabalável do que o hatch da marca rival. A Strada é líder de vendas desde 2000, são 12 anos ininterruptos no posto, e mais do que isso: a picape compacta italiana chegou ao topo muito rápido, já que foi lançada em 1998, sendo preciso apenas pouco menos de dois anos (ela foi lançada mais próximo do fim do ano em questão) para ocupar tal posição.
O laboratório da Fiat
Até hoje, atingir a Strada é difícil para a concorrência. Em parte, a "culpa" é da Fiat, que sempre que se sentiu ameaçada colocou no mercado uma carta que tinha na manga. Foi assim em 1999, com a chegada da cabine simples, tida como uma estratégia ousada da Fiat naquela época; em 2002, com o lançamento da versão Adventure; em 2008, com o diferencial blocante Locker; e, por último, em 2009, com a surpreendente (e não menos ousada estratégia da montadora) cabine dupla numa picape compacta.
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| Cabine estendida levou o modelo ao estrelato. (Fiat/Divulgação) |
É bem verdade que algumas concorrentes não reagiram por algum tempo. A Ford, por exemplo, até hoje tem a mesma Courier, que só ganhou motorização flex como grande novidade ao longo desses anos. A Volkswagen não mostrou grande perigo (até 2009), mas sempre fez questão de atualizar a sua Saveiro ao longo do tempo, junto com o restante da linha Gol. E a Chevrolet, em seus bons tempos, lançou a primeira Montana, com relativo sucesso, em substituição a antiga Pick-up Corsa. Portanto, como ninguém avançou "para cima" da Strada, ela ficou livre para conquistar de vez o mercado.
Chegada ao topo
Derivada do Palio de 1996, o modelo se mostrou moderno por bastante tempo (o projeto 178, que deu origem ao Palio e sua família, no geral, se mostrou bem moderno quando chegou ao mercado, o que garantiu carros por bastante tempo sem serem tão defasados), substituindo a Fiorino Trekking, derivação picape do Uno e do furgão. Com certeza, ninguém esperava que a Fiat ocuparia o segmento com tanta força. Mas a Strada tinha desenho moderno (derivado do Palio, que já havia sido desenhado por grifes italianas de design automotivo), que caiu no gosto do brasileiro, e algumas inovações, como a presença de air bags e freios ABS na lista de opcionais, além de bom acabamento interno (para o seguimento) e espaço na caçamba. Na época, pense como seria uma espécie de picape do HB20, está aí a Strada.
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| A Strada já teve carreira internacional: foi vendida na África do Sul em parceria com a Nissan, em países da Europa e, hoje em dia, continua sendo vendida na América Latina e na Itália, além do Brasil, claro. (Fiat/Divulgação) |
Desde então, a Fiat só fez o que sabe fazer de melhor: ouvir o desejo do brasileiro e seguir as tendências. Quando decidiu colocar a cabine estendida no mercado, foi motivada por pesquisas, que apontavam o uso de picapes compactas não apenas para o trabalho, mas também para o consumidor tradicional e urbano, que apenas gostava do estilo de carros com caçamba. Resultado: muito provavelmente, foi o espaço extra na cabine que levou à Strada ao posto de líder, de onde não saiu mais. E não foi só isso: o item virou obrigação na concorrência para se obter êxito no segmento.
Veja a Parte I e a Parte II da série especial sobre líderes
O mesmo aconteceu com a cabine dupla, que chegou para fazer frente à Saveiro baseada no Gol G5. A Fiat não foi besta: viu o sucesso e qualidade do hatch, assim como a chegada do Voyage (que chegou a ameaçar o seu Siena), e preparou mais essa jogada. Hoje em dia, esta configuração representa metade das vendas da picape. A Volks disse que comprometeria o modelo, já que ele não seria nem automóvel de passeio nem picape direito, mas não conseguiu barrar o sucesso da concorrente com a bem-equilibrada Saveiro.
E agora?
Pode-se dizer que a Strada mereceu a sua liderança: as inovações trazidas pelo modelo foram incorporadas ao segmento (como as versões aventureiras e a opção de cabine estendida). Além disso, ela sempre foi bem munida de equipamentos, com um bom visual. No geral, sempre uma escolha interessante. A partir de 2009, porém, o modelo começou a apresentar sinais de cansaço, que ficaram evidentes com a atual geração da Saveiro.
A Fiat prepara novidades, é claro, mas o seu futuro ainda é incerto (a única certeza é a de que o modelo terá um). O modelo, como diz a propaganda (acima), tem infinitas possibilidades de versões, com opções de motor 1.4, 1.6 e 1.8; cabines simples, estendida ou dupla; versões voltadas ao trabalho e o público em geral, a melhor opção aventureira do segmento e câmbios manual ou automatizado. Aliás, essa variedade também ajuda na liderança da Strada que, por enquanto, não tem seu mérito completamente comprometido.
A verdade é que a Fiat não irá lançar uma nova geração do modelo (apenas facelift), pelo menos, até 2014, e aí sim, o negócio pode ficar feio para a picape. Vai depender, também, da concorrência até lá. O pior de tudo é que a Strada não merece esse atraso. É mais uma das estratégias arriscadas da Fiat. Será que dessa vez, algo pode dar errado?
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| Cabine dupla é a grande sensação do momento, e a Strada é a única a oferecê-la em seu seguimento. (Fiat/Divulgação) |
[Fenabrave, MotorDream, Fiat/Divulgação]
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