Os 20 primeiros Prii (o plural oficial para Prius) do Brasil serão de empresas de táxi, numa continuação daquele mesmo programa da Prefeitura da Cidade de São Paulo em que o Nissan Leaf protagonizou na primeira fase. A Toyota, porém, já anunciou que o modelo híbrido mais famoso e vendido do mundo será comercializado ao público no ano que vem, com preço salgado: cerca de R$ 120 mil, e é justamente por isso que ela está participando deste programa.
Com ele, a esperança é de que o híbrido possa ganhar incentivos fiscais a nível federal e fique mais acessível. Essa não é a primeira atitude que a Toyota toma para chegar à este objetivo, já que ela ofereceu o Prius à celebridades, neste ano, para provocarem um certo barulho. E esta também não será a última: segundo Roberto Braun (gerente de assuntos governamentais da Toyota), em entrevista ao UOL Carros, se for preciso tornar o modelo flex, ela irá fazer o possível para tal:
"Se o governo [federal] quiser que façamos um carro híbrido com motor flexível, já que ele quer incentivar a venda do etanol produzido aqui, podemos estudar esta hipótese".
A marca também sabe que, com as condições atuais, o Prius deve vender pouco: a meta é de 1000 unidades anuais, uma média de pouco menos de 85 carros por mês. Isso acontece porque o Prius não é um modelo de luxo, pelo contrário, e nem todo mundo abrirá mão de um carro superior como o Ford Fusion (que custa a partir de R$ 112.900), por exemplo, por um carro popular só por que ele vem com tecnologia híbrida. Ainda assim, Braun diz que não descarta a produção nacional:
"Tudo depende da demanda. Se a procura pelo Prius crescer, não podemos descartar essa opção [de fabricá-lo aqui]".
Em 2013, a Toyota promete mais 96 unidades para o programa, totalizando 116. (UOL Carros) |
Vale lembrar que o governo já divulgou o Inovar-Auto, o novo regime automotivo brasileiro, com foco na economia de combustível e emissão de poluentes, o que no Prius, é cerca da metade de carros comuns. Porém, o modelo virá do Japão, tornando essas vantagens do regime, talvez, insuficientes para a marca, e explica o desejo da mesma de contar com incentivos fiscais para híbridos e elétricos.
Quanto a questão de torná-lo flex, é uma boa jogada da japonesa, já que o governo brasileiro realmente gosta de valorizar o etanol, e o Prius utiliza um motor 1.8 a gasolina de 99 cavalos, em conjunto com uma bateria que pode render até 36 cv extras, totalizando 135 cv (completa o powertrain, um câmbio CVT). Com isso, ela mostra que está disposta a entrar em um possível jogo do governo, que está deixando o país atrasado na questão de carros verdes.
[UOL Carros & MotorDream]
Nenhum comentário:
Postar um comentário