Hoggar quase foi embora, o mesmo não se pode dizer da 207 SW e da Courier. (Peugeot/Divulgação) |
O segmento de picapes compactas está movimentado nos últimos dias, mas da forma que você não esperava: boatos dão conta de que a Ford está prestes a tirar a esquecida Courier de linha. Enquanto isso, na semana passada, o Jornal do Carro divulgou a informação de que a picape da Peugeot, a Hoggar, não era fabricada desde maio do ano passado, contribuindo para aumentar os rumores de que a picape seria descontinuada de vez. Na verdade, tudo não passou de um engano, e quem vai embora é a 207 SW.
As novidades mostram que o segmento não tem grande perspectiva pela frente. Com a dominação da Fiat Strada (veja os números aqui), é muito difícil alguma novidade emplacar nas vendas. Dos últimos lançamentos, as únicas que conseguiram se dar bem foram as Volkswagen Saveiro e Chevrolet Montana, que já têm "nome" no mercado há algum tempo. E por "se dar bem" entende-se ficar bem longe da liderança, mas atingir patamares aceitáveis apenas. A própria Hoggar estreou muito mal, na lanterna do seguimento, atrás até mesmo da Courier, que não recebe nenhuma novidade desde 2007 (!), quando adotou o motor flex.
O futuro do segmento é incerto: a Strada vai receber uma atualização um pouquinho mais pesada do que a feita ano passado, mas não se sabe quando uma nova geração será lançada, nem de qual modelo ela derivará; a Montana, por sua vez, é baseada no Agile, que também tem tudo para sair de linha após um facelift que deve ocorrer neste ano, é claro que a picape pode seguir o mesmo caminho que já fez em sua segunda geração, e mudar de companheiro de projeto assim como fez o Prisma, passando a se basear no Onix (mas isso é só especulação, não há nada definitivo); a Saveiro acaba sendo a que tem um futuro mais otimista, já que dificilmente a Volks irá abandonar o seu Gol, além disso, ela ganhará a nova frente da linha Gol 2013 ainda neste primeiro trimestre.
A Hoggar tem nome esquisito, desenho polêmico e nada de especial. Fica difícil vender, né? (Peugeot/Divulgação) |
Não é difícil entender por que a situação da Hoggar foi tão comentada. Em 2012, ela teve média mensal de cerca de 180 unidades, no acumulado foram vendidas apenas 2.156 unidades, número inferior até mesmo da moribunda Courier, que emplacou 7.263 carros, média mensal de 605 picapes. Com esses números, fica difícil acreditar que os franceses ainda apostam no modelo. Em nota ao Carpress, a Peugeot alega que foi uma paralisação temporária, provavelmente para desovar o estoque, e que tudo voltou ao normal a partir deste mês. A marca, inclusive, promete novidades para o modelo no segundo semestre (provavelmente, uma versão Quiksilver, mostrada no Salão).
Mas e a chegada do 208? Isso não quer dizer nada para a picape, que continuará sendo baseada no 207. Como o modelo continuará em linha como carro de entrada da marca, a Hoggar pode estar recebendo uma segunda chance. Depois disso, seu futuro se junta ao da concorrência. O novo compacto, no entanto, segundo Autos Segredos, adiantou o fim da 207 SW, que vendeu ainda menos do que a picape em 2012. (Foram míseras 1928 unidades!) É que o segmento de peruas já não vai bem das pernas, e a Peugeot ainda passou a oferecer uma outra opção familiar, o 207 Passion (sedã), que obteve relativo sucesso em comparação com seus irmãos.
Courier está tão cansada quanto essa frente triste de seu lançamento. |
Uma picape com futuro decidido é a Courier. Segundo Autos Segredos, a veterana não pode mais ser encomendada, já que suas últimas unidades serão produzidas no início de fevereiro, apenas para atender os últimos pedidos. Lançada em 1996, um ano após o Fiesta (no qual se baseia), a Courier teve poucos investimentos ao longo do tempo, ao contrário da concorrência, já que a Saveiro mudou, a Corsa Pick-Up deu lugar à Montana e a Fiorino Pick-Up à Strada. Foram apenas um facelift (em 2000), uma troca de motor e a adoção do sistema flex, em 2007. Desde então, nenhuma alteração.
Por que o segmento está nessa situação? Boa parte é por causa da Strada, que "assusta" a concorrência, afinal, para que fazer um investimento se o modelo italiano é imbatível? Com esse pensamento fica difícil mesmo, e vem a outra parte da culpa, já que ninguém se mexe para mudar a situação.
A Renault, por exemplo, acabou desistindo de lançar a picape derivada do Logan (mas parece ter voltado atrás agora). A Ford não atualizou sua candidata, já que não é um produto com apelo global. E a Peugeot escolheu um péssimo nome numa picape sem apelo algum. Não é toa que aquelas que mais investiram estão no pódio do segmento. Agora, é preciso saber quem irá continuar nessa direção. Você torce pelo segmento de picapes compactas?
[Com informações do Carpress, Autos Segredos e Jornal do Carro]
Nenhum comentário:
Postar um comentário